Aconselhamento e Previsões com as Cartas de Tarot

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O Tarot consiste num jogo de 78 cartas, das quais são normalmente usados os Arcanos Maiores compostos por 22 cartas e os Arcanos Menores compostos por 56 cartas. Aparecem na segunda metade do século XIV na Europa cristã. É um dos métodos mais utilizados hoje em dia para aconselhamento e adivinhação.

Dada a sua origem anónima, isenta de instruções e regras dogmáticas, o Tarot deu margem a incontáveis fantasias e reinvenções mais ou menos arbitrárias. Desde o seu aparecimento foi utilizado por nobres e plebeus para jogos, passatempos e, ao que tudo indica, como instrumento de mancias.

Os 22 arcanos maiores são os mais utilizados. Numerados de 1 a 21, um deles, O Louco, não recebe número na maior parte dos baralhos.

O tarot pode ser entendido como uma linguagem simbólica que traduz o cosmos na sua constituição e eterna mudança, na sua estrutura e dinâmica. Foi criado na Europa, num momento em que várias escolas esotéricas e corporações de artistas buscavam transmitir os conhecimentos, não por palavras, mas por imagens que convidam à reflexão e à investigação, a fim de serem correctamente assimiladas.

Os 22 arcanos maiores descreveriam as 21 etapas evolutivas que o homem representado pelo Louco pode percorrer na sua vida.

Do mesmo modo que outros grandes sistemas simbólicos, o Tarot é apreciado como uma fonte de inspiração e de aplicação em variadas situações e propósitos.

O SIGNIFICADO DOS ARCANOS MAIORES

I - O MAGO

Criatividade, início, esforço incansável, dedicação aos ideais e busca de conhecimento. Representa a habilidade. Tem várias coisas sobre a mesa e parece saber manuseá-las muito bem. O MAGO sabe aproveitar as oportunidades da vida. Tem os pés bem assentes no chão, mas o seu chapéu lembra o símbolo do infinito (um oito ao contrário). Isso quer dizer que ele não perde a noção da realidade, ao mesmo tempo que sabe ter como meta o infinito. Recomenda que usemos as armas que estão ao nosso alcance.

II - A PAPISA

Poder, sabedoria, bom senso, discernimento, moralismo e segurança. É a grande mãe, dona do conhecimento. O seu chapéu ultrapassa os limites da carta, o que significa mente poderosa. A sua figura serena recomenda calma e o melhor aproveitamento possível das nossas experiências. Tem a seriedade de quem trata de assuntos importantes com harmonia, sabendo conciliar os opostos. A Papisa é uma carta também de segredos.

III - A IMPERATRIZ

Progresso feminino, talento natural, fertilidade, intuição, poder de decisão e acção. Representa os valores materias da mulher, a sua fecundidade e beleza. Dona de muito poder, ela tem o ceptro na mão esquerda, que por sinal está aberta. Isso significa um poder receptivo e não autoritário.

IV - O IMPERADOR

Poder, honestidade, organização, segurança, realização e apoio. É o grande homem. Tem força e poder. Com o ceptro na mão direita e fechada, ele olha com firmeza, representando a força por meio do sucesso material. A sua coroa é vermelha e amarela, mostrando força e inteligência. É também a figura do pai autoritário.

V - O SUMO SACERDOTE

Autoridade, equilíbrio, inteligência, justiça, poder espiritual e dever moral. É o grande pai da espiritualidade. Se repararmos bem, parece estar orientado para as duas figuras que estão na parte inferior da carta. É o grande mestre.

VI - OS ENAMORADOS

Momento de escolha, liberdade, amor, união, beleza e perfeição, confiança, cautela e optimismo. Aparece dividido entre duas mulheres. Não se sabe se são a sua mãe e namorada, ou apenas uma mulher mais jovem e outra mais velha. O seu corpo está voltado para a direita, mas a sua cabeça para a esquerda. Representa um momento de indecisão entre o novo e o velho, ou entre o arriscado e o seguro. Recomenda reflexão.

VII - O CARRO

Equilíbrio, segurança, domínio, sucesso, triunfo, aproximação amorosa e realização. É o símbolo do sucesso. Aparece como o senhor que controla os cavalos e pode dar a direcção que quiser à vida. O Carro mostra que é necessário tomar as rédeas e controlar as forças psíquicas para conduzir a vida ao caminho que escolhemos.

VIII - A JUSTIÇA

Austeridade, imparcialidade, integridade, disciplina, decisão e prontidão. Significa o equilíbrio, tanto na vida prática quanto na espiritual. Esta carta alerta para o sentido de justiça que todos devemos ter. O broto verde que aparece no canto esquerdo simboliza a esperança de que a justiça seja feita.

IX - O EREMITA

Informação, sabedoria, paciência, discrição, conhecimento, isolamento, estudo e prudência. É a essência da sabedoria, aquela que só se alcança com a experiência de vida. O manto azul mostra que ele está recoberto de fé no seu conhecimento. A lamparina que traz na mão significa a luz da verdade. O Eremita é bom e remete-nos para a busca do que há de mais sincero dentro de nós.

X - A RODA DA FORTUNA

Destino, mudança, ascensão, iniciativa e êxito. Quer dizer que o mundo gira, e as coisas mudam. O que hoje parece ser uma coisa, amanhã pode ser outra. Representa mudanças rápidas ou muitas vezes, aponta para o sucesso inesperado.

XI - A FORÇA

Inteligência, sucesso, magnetismo sexual, poder invencível, maturidade, domínio do «eu» e harmonia. A mulher com expressão tranquila consegue controlar o animal. Ela mostra que precisamos dominar o lado institivo, os impulsos, para que actuemos com mais suavidade e beleza interior diante dos problemas.

XII - O ENFORCADO OU DEPENDURADO

Idealismo exagerado, abnegação, perfeição moral, falta de vontade, inércia e abandono. A figura não está pendurada pela mão e sim pelo pé, e não parece estar sufocada. Pelo contrário, tem uma expressão serena com as mãos nos bolsos, como se estivesse a observar. Isso quer dizer que por vezes temos que olhar as coisas por um outro ângulo para que as possamos compreender. É necessário parar, para ver se não estamos a esquecer de levar algo em consideração.

XIII - A MORTE

Transformação, renascimento, libertação dolorosa, mudança de país, cidade ou casa, lucidez mental, insegurança financeira. Este arcano não representa a morte física, mas sim a superação e a transformação para algo novo. Temos que derrubar algo das nossas vidas para dar espaço ao novo, assim como fazem as árvores no Outono.

XIV - A TEMPERANÇA

 

Auto-controlo, serenidade, harmonia, paciência e estabilidade. É a virtude universal, que derrama a água do seu jarro azul (o Espírito) para o jarro vermelho (a Força). Mostra a importância do equilíbrio interior, da moderação.

XV - O DIABO

Força misteriosa, egoísmo, sedução sem escrúpulos, sucesso por meios ilícitos, punição, energia muito negativa, obsessão, desvios sexuais e magia negra. Rege as grandes forças instintivas, a sexualidade, o vigor físico e o poder da atracção, também é o poder do medo. Para se viver bem é preciso superar esse medo, conseguindo, então, dominar os nossos instintos.

XVI - A CASA DE DEUS OU A TORRE

Destruição, dificuldade, perda, presunção, orgulho, fracasso, vaidade. Nesta carta um raio aparece a destruir uma torre, fazendo com que as pessoas caiam. E é isso que ela representa, a destruição de algo estabelecido. Mas, se olhar com atenção, vai notar que a queda pode ser ou não mortal. Após a destruição o novo aparece.

XVII - A ESTRELA

Esperança, inspiração criadora, optimismo, energia, satisfação e novidades. Aponta para a realização dos ideais. São sete estrelas e uma grande no centro, representando a concretização de algo que se deseja muito. Os jarros da  água que é derramada significam que uma nova vida começa quando conseguimos realizar os nossos ideais.

XVIII - A LUA

 

Obscuridade, advertência, forças ocultas, desilusão, intrigas, depressão. É o nosso inconsciente, sempre apontando para as sensações mais profundas que muitas vezes não conseguimos explicar e preferimos não ver. É preciso olhar para dentro e descobrir o que nos faz sentir de determinada maneira ou o que nos mantêm presos a uma certa situação.

XIX - O SOL

Realização, felicidade, entusiasmo, sinceridade, prazer, partilha, pode anunciar o nascimento de uma criança. É a claridade que nos permite ver as coisas e perceber bem a realidade que estamos a viver. O Sol traz-nos segurança.

XX - O JULGAMENTO

Renascimento, libertação, iluminação do caminho, sentimento de justiça, revelação de desígnios ocultos. Remete para o apocalipse, onde os puros de alma se levantam ao som das trombetas. O Julgamento diz que temos de ir em busca do que há de mais puro em nós mesmos. Encontrando o que restou de bom, poderemos superar os nossos problemas.

XXI - O MUNDO

Sorte, recompensa, realização, encontro do amor, liberdade e felicidade. É a realização plena e total. A carta mostra uma figura envolta numa grinalda que começa pelo azul, passa pelo vermelho e chega ao amarelo. Isso quer dizer que, usando as nossas emoções e força física, conseguimos alcançar a inteligência e a sabedoria. As quatro figuras que aparecem nos cantos representam os quatro elementos da natureza que conferem equilíbrio ao mundo. Representa a síntese de tudo o que conhecemos.

0 ou 22 - O LOUCO

Liberdade, precipitação, loucura, confusão e viagens. Ele olha para o infinito, e com isso mostra que a vida é muito mais do que vemos, e a felicidade pode estar além das aparências da vida quotidiana. Tem apenas uma trouxa com o essencial e o seu fiel cão, no entanto, tem uma expressão tranquila e feliz. Isso quer dizer que muitas vezes preocupamo-nos com coisas superficiais e não percebemos o que é realmente importante.

ESCOLHA DAS TÉCNICAS DE TIRAGEM

Existem dezenas e dezenas de modelos para fazer uma consulta às cartas do Tarot.

Se a pergunta estiver clara e se tirarmos uma carta para estudar cada ângulo que julgarmos importante, meio caminho andado para uma boa consulta já terá sido percorrido.

Usem a vossa intuição é muito importante para fazerem uma boa leitura.

Lembrem-se que as cartas não ditam o destino, mas esclarecem e prevêem os pontos a serem trabalhados!

BOA SORTE